Sempre que volta a Tours, sua cidade natal, no oeste da França, Catherine Duvignau lembra-se por que aquela é a região de Pantagruel, o personagem comilão do escritor Rabelais. Antes mesmo de perguntar como foi a viagem, a mãe de Catherine vai logo oferecendo um pouco de comida.
Os filhos de Catherine, Stephen e Guillaume, que chegaram ao Brasil ainda pequenos, mesmo gostando de pão de queijo, nunca deixaram de saborear as deliciosas receitas que estão na família por várias gerações.
"Este poulet au sancerre é típico do Vale do Loire. É uma dessas receitas passadas de mãe para filha", diz Catherine, enquanto cozinha para os dois filhos e o marido.
1 garrafa de sancerre
1 frango caipira
4 (ou 3 cebolas roxas e 2 dentes de alho) picadas
250g de cogumelos Paris, em fatias finas
80g de manteiga
1 colher (sopa) de mostarda, de preferência branca
200ml de creme de leite fresco
1 bouquet garni pequeno
1 punhado de sal e pimenta
Corte o frango em pedaços e tempere com sal e pimenta.
Derreta a manteiga numa frigideira grande e doure os cogumelos. Retire-os e reserve. Na mesma frigideira, coloque os pedaços de frango para dourar com cuidado para não deixar queimar. Acrescente as echalotas e mexa tudo.
Regue com um pouco de vinho, suficiente para a manteiga não queimar.
Em fogo baixo e com a frigideira tampada, cozinhe o frango por cerca de 40 minutos. De vez em quando vire os pedaços de lado. Acrescente mais vinho (até 1/2 garrafa) conforme a frigideira for secando. Retire o frango depois de cozido.
Junte o resto do vinho e o bouquet garni na frigideira e deixe reduzir pela metade raspando o fundo com uma colher de pau.
Misture bem o creme de leite com a mostarda numa panelinha e aqueça um pouco. Retire o bouquet garni e misture o creme de leite no vinho. Volte os pedaços de frango e os cogumelos para a frigideira com o molho. Aqueça bem, arranje tudo numa travessa, salpique com um pouco de salsinha e sirva.
Dicas
Separe uma taça de sancerre para bebericar durante o cozimento.
Se o frango estiver inteiro, antes de cortá-lo, com o auxílio de um garfão, coloque-o sobre a chama do fogão: além de queimar qualquer peninha que tenha sobrado, ainda dá um sabor especial.
Receita publicada na Revista da Folha em 20/09/1998.